O Ilhéu da Praia possuiu uma área de cerca de 10 ha e está enquadrado na Zona de Proteção Especial do Ilhéu da Praia (PTZPE0030) da Rede Natura 2000. O ilhéu foi alvo de diversas ações de conservação, como a erradicação do coelho em 1997, o controlo da erosão do solo, a reintrodução gradual da vegetação endémica da região e a instalação de ninhos artificiais para aves marinhas, apresentando um razoável estado de conservação. Hoje em dia, o Ilhéu da Praia, alberga uma grande variedade de espécies de flora nativa, das quais se destacam vidália (Azorina vidalii), Spergularia azorica, cubres (Solidago azorica) e visgo (Tolpis succulenta). É também sítio de nidificação das principais espécies marinhas de avifauna, designadamente cagarro (Calonectris borealis), garajau-rosado (Sterna dougallii), garajau-comum (Sterna hirundo), frulho (Puffinus lherminieri), alma-negra (Bulweria bulwerii), painho-da-madeira (Hydrobates castro) e, com destaque especial, painho-de-monteiro (Hydrobates monteiroi), um endemismo local que nidifica maioritariamente, se não exclusivamente, nos ilhéus da Graciosa. O Ilhéu da Praia foi selecionado para intervenção pelo projeto LIFE IP AZORES NATURA de forma a melhorar o estado de conservação das espécies de aves marinhas abrangidas pela Diretiva Aves (cagarro, garajau-comum, garajau-rosado, alma-negra, frulho, painho-da-madeira e painho-do-monteiro), através da melhoria das condições de nidificação deste habitat, e proteção das espécies-alvo contra predadores.
As seguintes intervenções do projeto terão lugar no Ilhéu da Praia:
– Instalação de ninhos artificiais para procellariiformes;
– Instalação de caixas de abrigo para garajaus durante a época de reprodução;
– Remoção de espécies exóticas e invasoras, como por exemplo Tetragonia tetragonoides (espinafres-da-Nova-Zelândia), Carpobrotus edulis (chorão), Lantana camara e Tamarix africana (salgueiro);
– Plantação e sementeira direta de espécies nativas que ocorrem naturalmente nesta zona: Crithmum maritimum, Erica azorica, Euphorbia azorica, Frankenia pulverulenta, Morella faya, Myosotis maritima, Spergularia azorica, Solidago azorica e Tolpis succulenta, para reintroduzir estas espécies no ilhéu ou reforçar populações presentes;
– Implementação de medidas de biossegurança (armadilhas e outros dispositivos) para detetar possíveis invasões por espécies exóticas (por exemplo roedores).