O Ilhéu do Topo possuiu uma área com cerca de 12 ha, e está enquadrado na Zona de Proteção Especial do Ilhéu do Topo e Costa Adjacente (PTZPE0028), bem como na Zona Especial de Conservação Costa Nordeste e Ponta do Topo (PTJOR0014) quem fazem parte integrante da Rede Natura 2000. Neste local nidificam diversas colónias de aves marinhas, nomeadamente de garajau-rosado (Sterna dougallii), garajau-comum (Sterna hirundo), frulho (Puffinus lherminieri), painho-da-madeira (Hydrobates castro), cagarro (Calonectris borealis) e gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis atlantis). A população de gaivota no Ilhéu do Topo é uma das maiores do arquipélago podendo ser uma ameaça às restantes espécies pela predação direta de crias e adultos de pequenos procelariiformes, como é o caso do frulho e do painho-da-madeira. Até a data, o ilhéu tem estado sujeito a grande pressão humana e intenso pastoreio, o que contribui para o mau estado de conservação em resultado da degradação dos habitats naturais. Este intenso pastoreio tem efeitos nocivos nas aves marinhas nidificantes devido à destruição ou abandono dos ninhos por pisoteio, e também devido ao consumo excessivo da vegetação existente no ilhéu, o que provoca uma rápida erosão do solo e perda de biodiversidade.
As seguintes intervenções do projeto terão lugar no Ilhéu do Topo para melhorar o estado de conservação das espécies de aves marinhas abrangidas pela Diretiva Aves através do aumento da disponibilidade de habitat de nidificação e proteção das espécies-alvo contra predadores:
– Instalação de ninhos artificiais para procellariiformes;
– Instalação de caixas de abrigo para garajaus durante a época de reprodução;
– Remoção de espécies de flora exóticas e invasoras;
– Plantação e sementeira direta de espécies nativas que ocorrem naturalmente nesta zona: Asplenium marinum, Atriplex prostrata, Azorina vidalii, Crithmum maritimum, Erica azorica, Daucus carota subsp. azoricus, Euphorbia azorica, Festuca petraea, Frankenia pulverulenta, Lotus azoricus, Myosotis maritima, Plantago coronopus e Spergularia azorica, para reintroduzir estas espécies no ilhéu ou reforçar populações presentes;
– Implementação de medidas de biossegurança (armadilhas e outros dispositivos) para detetar possíveis invasões por espécies exóticas (por exemplo roedores).